domingo, 5 de dezembro de 2010

Fria, eu?


 Fria, eu? Fria?
Só porque naquele dia
em que nem estava bem
não o deixei ir muito além?
Ah, mas corpo é coisa sagrada
Não posso ser bolinada
feito uma fruta de feira
checada se está madura
Prefiro manter minha postura
e agir, não com candura
mas pondo certo limite
 



 
 
Talvez isto não o excite
por estar mal-acostumado
a ter tudo muito dado
sem nem mesmo ter lutado
Eu que penso diferente
acho bem mais atraente
não mostrar já todo o corpo
mas exibir-se pouco a pouco
num convite a moda antiga



Eu sou fã da surpresa
e não deixo que apareça
o que não quero mostrar
Coisa exposta é muito fácil
perde a graça e o mistério
de num vestuário sério
ver surgir um corpo belo.



    Fria, eu? Nada disso.
Só não fiz do seu jeito
Quem sabe não foi você
que não aqueceu-me direito...

sábado, 14 de agosto de 2010

Vamos dar um Berro!


Sentir ódio é ruim. Já dizia nossa mãe, nossa vó, a professora e o padre. Mas não somos feitos apenas de bons sentimentos, sabemos disso. Sentimos ódio sim. Inveja, ciúme, ressentimento.
Não precisamos declarar isso em alto e bom som como se
se fosse motivo de orgulho, mas os maus sentimentos existem, e se não aceitarmos isso que será feito deles?
Vivemos tentando guardar uma raivinha ali, uma revolta aqui, uma frustração acolá. Mas apesar disso, eles ainda estão em nós, esperando para serem diluídos ou nos consumirão vagarosamente.
Devíamos nos permitir um bom berro de vez em quando.
Sério, é bom, alivia mais do que palavrão.
Está certo que quem nos ouvir berrar vai ficar com aquela
cara espantada, mas duvido que falem algo porque além do
receio de sermos loucos ainda haverá aquela vontade de
berrar igual a nós.
Aquele gutural bem dado que metaleiro nenhum pode pôr defeito.
Aquele berro composto de todas nossas frustrações e todos os maus sentimentos - que apesar dos pais e dos padres, existem.
Dê um berro porque este é feito de dentro para fora, como uma faxina interior. Guardar os maus sentimentos nos cômodos da alma funciona só até o ponto em que acabam as gavetas.
Não acumule maus sentimentos. Aceite-os como frutos
do nosso ser limitado e imperfeito.
Se é impossível deixar de tê-los, sinta-os, bem fundo.
Correndo-o, lavando-o com a acidez do ódio, depois
berre-os e expulse-os. Daí, cultive o amor, o perdão, que vai remendar-lhe a alma antes corroída. Evite o perigo dos maus sentimentos saírem das gavetas todos de uma vez, causando danos talvez irreparáveis.
Gargareje a alma e deixe brotar aquele berro lá do fundo...
Acalmando... Aliviando... Aliviado... Extravasado.

Olhares

Há olhares que nos olham e não nos veem
e há olhares que nos olham e nem vemos
Há olhares que avisam
Olhares que analisam
Olhares distraídos que apenas passam
Olhares perdidos que se acham
Há olhares que admiram
e olhares que cobiçam
Olhares que inflam o ego
e outros que encafifam
Olhares gélidos e calientes
Sisudos e sorridentes
Abertos e misteriosos
Límpidos e nebulosos
Há olhares confusos
e olhares que nos confundem
Olhares certeiros
e outros que iludem
Olhares casuais
e olhares cheios de promessa
Olhares mudos
e olhares que dispensam conversa
Olhares de todos os jeitos
e por todos os lados
Tímidos, amuados, calculados
Uns que medem, uns que assustam
Uns que até hipnotizam
E há os olhares apaixonados
Mas estes pares se encontram muitas vezes fechados.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Amor Sepultado

De pá em riste
Fui para o final triste
De um amor não dado
E não recebido
Belo teria sido
Se ao menos fosse exposto
Mas para meu desgosto
Era um amor proibido
Enxuguei as lágrimas
Não houve outro jeito
Cavei fundo e profundo
Sua cova em meu peito
Por um amor não dado
Fiquei de mãos e alma vazias
Em meu coração está enterrado
Mas levo flores todos os dias.

Vá mas antes liberte-me!


Fique com as canções gravadas
mensagens enviadas
Já não me fazem falta
Guarde na caixa os versinhos
e os corações com carinho
desenhados na folha sem pauta.

Guarde os livros comprados
os cd's já arranhados
Faça bom proveito
Queime o casaco prurido
e o amor construído
com o mais puro que havia em meu peito.

Esqueça as flores catadas
e as cartas dadas
Faça como se não existisse
Anuncie os nossos antigos segredos
e nossos bobos medos
de que alguém passasse e nos visse.

Ignore os velhos telefonemas
só para ouvir seus problemas
Ou apenas ouvir sua voz
Esqueça as sessões das duas
são lembranças só suas
o amor que habitava em nós.

Pode ficar com qualquer coisa material
qualquer coisa antes especial
Já não faço questão
Devolva-me apenas aquele cordão
com chave em forma de pingente
preciso de forma urgente
Libertar meu coração.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Ser MULHER



Ser mulher é
ter toda aquela doçura
e revestir-se com a armadura
Que não nos deixa abater
Apenas lutar e crer.
Sexo frágil o nosso?
Eles tentam se convencer...
Deixemos pensarem que mandam
que fingimos obedecer.
Mulher é a canção mais cantada
é o ardor, é a beleza
É o farfalhar dos vestidos
Caídos com toda leveza.
Ser mulher é ter toda aquela poesia
no olhar e na voz
É ser uma gatinha manhosa
É ser uma leoa feroz.
Mulher é toda a valentia
Mulher é toda a coragem
É batalhar dia após dia
Sem borrar a maquiagem.
É a emoção racional
É a razão emotiva
É ser dona da paixão
e dela tornar-se cativa.
Ser mulher é ter toda aquela bravura
E toda aquela loucura
Que a faz jogar tudo para o alto
E então correr para os braços do amor
- De salto.

TÉDIO

Cada dia passa arrastado
E eu me arrasto em meus passos

Não me venha com um remédio
Isso é só um grande tédio
Que me puxa para baixo
Que me faz querer dormir
E um segundo passa lento
E o tempo passa longe
É melhor me deixar ir

Tento ficar acordada
Mas a vida mecanizada
Me faz querer desistir
Porque nada, nada acontece
E então esse vazio cresce
É melhor me deixar ir

Nostalgia que me envolve
Corpo trava, não se move
Não vou nem tentar fugir
Como escapar disso?
Já perdi todo meu viço
É melhor me deixar ir

Já faz tempo que nem luto
Grito e o som é surdo
É melhor não reagir
Então inerte e passiva
Passo a vida tão esquiva
É melhor me deixar ir

Cada dia passa arrastado
E eu me arrasto em meus passos.

terça-feira, 6 de julho de 2010

FUJA DAS FUGAS VIRTUAIS



E lá se foram os cartões de aniversário escritos a mão, os telefonemas sem assunto, as paqueras nos barzinhos.
" Evoluímos". Trocamos felicitações por scraps, o bendito ovo frito por comida congelada.
Temos amigos que não vemos, vizinhos que não cumprimentamos,
bom-dias que não são respondidos. Falamos com as paredes, mas estas não são boas companhias, frias, apáticas, nada participativas na conversa; Então falamos  sozinhos mesmo ou navegamos " na rede" à procura de um porto seguro onde possamos ancorar. Daí expomos nossos anseios, nossos fetiches, nossas fragilidades todas,
e o medo de parecermos ridículos se esvai pois não há quem vá nos repreender ou julgar.
Mas chega o momento da despedida, e não há beijo no rosto, abraço, ou aperto de mão sequer. É só um x a ser fechado, uma janela a ser minimizada, um monitor a ser
deligado. E a tela preta nos faz lembrar o negrume da solidão, das nossas carência, de tudo o que nos deprime.
E lembramos de como era bom falar nada com as amigas, os gritos do pai, os berros da mãe, rir de besteira, tropeçar, tomar um porre, caldo na praia, declarar-se para a pessoa errada, falhar... oh, meu Deus, quão libertador pode ser a descoberta de que tudo está errado,
a glória de chorar, a dor do amor não-correspondido, porque estas não se comparam a dor do  amor não dado, dor da incerteza constante, dos "ses" que latejam na cabeça, do não ousar, não arriscar, não mergulhar de cabeça, não entregar-se, não experimentar, não doar-se, não viver verdadeiramente.
Pois como dizia o poeta Veríssimo: " Embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive, já morreu."

A Espera



Eu espero alguém
que não sei se vem
Não marquei hora, nem lugar. 

Mas apesar do mistério
é compromisso sério
Que vale a pena esperar.

Eu que sou muito ansiosa
fico já toda nervosa
e vou pra janela olhar.

Qualquer coisa só dele
um passo que o revele
pra o coração disparar.

Qualquer olhar que me olhe
e vá além dos meus olhos
possa minh'alma enxergar.

Mas esse alguém é matreiro
e não vem logo ligeiro
quer me fazer cansar.

Deve estar vindo de jegue
e é provável que chegue
quando eu desistir de esperar

Praí mudar o meu mundo
e em só um segundo
fazer a vida funcionar.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Bons tempos aqueles...


Viva la Revolución



Antigamente (nem tão antigamente assim), quando não tínhamos a "liberdade" de hoje, quando a censura reprimia severamente qualquer manifestação contrária aos interesses do governo, era aí que pintavam as caras, que saíam às ruas, que se armavam de palavras.
Justa e ironicamente quando não éramos livres, nós éramos livre; nem que fosse pelo fato de buscar a liberdade.
Hoje, quando a censura se faz de inexistente, quando temos um grande acervo de livros, autores, teorias, ideias e ideais, quê fazemos? Que novos Engels, Marx's, Webber's surgiram? Quê reformas fizemos? Que vozes se fizeram ouvir?
Há uma incrível inércia, regida por sem-fins de "nunca vai ser perfeito", de "é impossível fazer mudanças".
Será mesmo impossível mudar?A abolição dos escravos já não foi considerado impossível?
A integração feminina no mercado de trabalho já não foi?
Tantas mudanças que subestimavam, e aconteceram.
Mudanças sociais podem ocorrer de forma lenta, mas sempre acontecem, ininterruptamente.
Está lá a primeira folha da Constituição: " O poder emana do povo". E que poder seria esse?
A voz? O voto?
Os dois, fomentados pelo elemento principal: o CONHECIMENTO.
Não se luta por direitos que não se sabe ter. Conhecimento é poder, daí o motivo de tão pouco investimento na educação, de tão pouco interesse em nossos educadores.
Não traz vantagem alguma à classe dominante ver a massa adquirir conhecimento, desenvolver senso crítico, questionar, refletir, apurar.
Para eles está mais do que bom a nossa alienação, o nosso desinteresse pela política, pelos nossos direitos, a nossa "memória curta" na hora de votar, a nossa ânsia consumista.

Esconde-esconde


Eu consegui deixar as bonecas de lado, mas brincar de esconde-esconde continua sendo um vício para mim.
É o meu esconde-esconde da vida, esconde-esconde do amor, esconde-esconde dos desafios... E nesse esconder vou ficando perdida de mim mesma, e não há mais ninguém no jogo para me achar.
         Desde pequena eu brinco de esconder-ne, de tornar-me invisível, de trancafiar-me em meu pequeno mundinho. Era tanto medo de aparecer, ficar na luz e, de repente, sei lá, todos apontarem minha falhas, meus defeitos todos.
         E assim fui me escondendo porque me pareceu mais fácil fugir, ficar incógnita, mas agora dói, agora o esconderijo tornou-se sufocante, eu preciso de ar, eu preciso de luz. Não quero mais ser invisível, não quero mais esconder-me da vida. Preciso encontrar-me, preciso sair detrás da clareira, "bater o pique" e anunciar: "Aqui estou eu. Eu estou aqui!"
Não posso mais ficar abaixadinha, caladinha, temerosa de que me encontrem. É hora de "bater o pique", eu estou fora do jogo.
                        "1,2,3 pique-bóia, Renata".

quarta-feira, 30 de junho de 2010

E o jegue do meu príncipe resolveu empacar...

Outubro 17, 2008

Os anos passam vertiginosamente rápido e nada do meu príncipe dar sinal de vida...
Nos meus romances de banca as coisas são bem mais fáceis, o primeiro beijo sempre acontece antes da página 65.
É tão estranho ser tão romântica em pleno século 21... Imagina, num mundinho de i-pod's e i-phone's eu só espero um I love you.
Num mundinho de buzinas tocando a todo instante eu só espero ouvir " sininhos tocando"...
Sei lá, até os amores de hoje estão mudados, é um amor a um milímetro do ódio. Veja só esses casos da tv, são amores que destroem e matam.
Uma vez, um cara do meu msn, disse que eu era uma espécie em extinção só porque espero pelo cara certo e não beijo todas as
bocas que me aparecem pela frente.
E dá medo, sabe?! De esperar tanto tempo por algo que não tenho certeza se vêm.
É como contar os segundos por alguém com quem eu não marquei um horário.
E sabem( rs, sempre escrevo na 3ª pessoa, será que alguém vai ler isso???), sabem o que é mais louco???
Eu esperar por um príncipe sem ter nem um vestígio de princesa.
Imagina, a Cinderela depois de abóboras e ratos transformados conseguiu quem lhe calçasse
o sapatinho de cristal, mas e eu??? Quem virá calçar meu all star nº 38??? ( Pois é, 38, eu poderia ter mentido.)
A torre já está em ruínas e eu já me esgoelei gritando. Pra quem ouvir??? Eu não sei...
E olha que nem é preciso matar um dragão por mim, basta olhar nos meus olhos ( nos meus olhos, não pra minha bunda ou qualquer
outra parte de minha anatomia)
e fazer tocar este bendito sininho...
Por favor, faça os sininhos tocarem...

Lembranças do Inexistente



De toda minha angústia serei forte
E talvez com sorte,
Esqueça-me do que não houve
Quando não se fala
ninguém ouve
e a sua lembrança ainda me tortura
Porque amar sozinha é loucura
Fui consolada por meus próprios braços
e chorei sozinha ao lembrar seus traços
Procurei lembrar de nossos beijos
mas só havia desejos insatisfeitos
Você era tão bom quanto eu achava
e nesse momento eu me perdia
Fixação que me dominava
me aprisionava, me consumia.

Não sou boa em criar títulos

Abril 29, 2008






Aff...

A vida anda fácil como uma prova de física ( se você é bom em física - Parabéns! - Troque a mesma por "latim"
- Bem, se você for bom em latim também... pootz Einstein, vá criar sua própria postagem...)!
Sabe como é, quando todos os seus sonhos combinam de não acontecer?
Sua vida empaca. Tipo uma determinada fase de um jogo, que por mais que você tente, não consegue passar...
A diferença crucial, é que com o jogo você pode decidir quando parar de jogar, mas e a vida??!
Ok, a vida é sua, então necessariamente você teria o poder de controlá-la, mas se você, assim como eu, não é muito propenso
a suicídios, a situação aperta tanto quanto uma calça 36 em quem veste 42 ( digo por experiência própria.)
Tipo, somos espermatozóides vencedores, oh yes! Mas será que a gente pensou no que vinha depois de virar embrião?
No final das contas, somos todos alunos, na grande escola da vida e temos de aprender por nós mesmos a nos virar...
Quem nos ensina a viver? Na verdade, já deve ter sido bastante difícil quando aprendemos a respirar sozinhos...
Viver é uma missão quase impossível... Digo, VIVER e não passar pela vida, porque isso é fácil.
Pára e pensa em coisas que te marcaram ( não só espinhas e queimaduras,ok?!)...
bom, as coisas nas quais você pensou ( boas ou ruins) foram situações que você viveu... É humanamente impossível
você lembrar de todas as aulas de matemática que você teve ao longo da vida, né?! Simplesmente, porque teve dias em que
fomos a escola só pra ver um gatinho, ou zoar com as amigas, ou comer a merenda...
" Eu prefiro morrer do que perder a vida."
Então, seja como for, viva! Se entrega aos momentos, mergulha de cabeça, ponha o seu coração em tudo o que você fizer...
Aproveite cada milésimo de segundo que você tem...
Grave o cheiro de quem você ama, se declare, se iluda, se complique, se descomplique, se resolva,
se aceite, se dane que o "se" deveria ficar depois do verbo... Vamos tentar ao menos hoje, nos olhar no espelho
e não pensar em fazer dieta. Ao menos hoje, diga: Eu me amo! Você não está aqui por acaso, você não nasceu por nada...
Nunca é tarde pra fazer as coisas certas! Resolva os seus problemas agora mesmo...
De quê adianta deixar pra amanhã, se nossa única certeza é que somos incertos?
.................................................................................
E não pense que por Viver, tudo será como uma provinha de Artes ( se você acha Artes difícil, troque a mesma por
devorar um Big Mac em 3 minutos quando se está faminto(a) - Bem,se você acha ISSO difícil,
me convide a próxima vez que você for comer hamburguér... quem sabe, eu torne esta tarefa um pouco menos "árdua"...),
mas esteja certo de que vai valer muito mais a pena!
Essa vida é única! E é sua... Aproveitemos então!

Ela

É ela que agora te agüenta no peito
É ela que vai fazer o seu café
Pra ela você vai se declarar
Dizer: “ Te amo, mulher!”
É ela que vai rondar seus pensamentos
Nos olhos dela você verá seu reflexo
Pra ela você dirá “Bom dia”
Depois de uma noite de sexo.
O filho dela você vai amar
E nele procurar seus traços
E nas tardes de sábado, andarão
Os três juntos num abraço
As costas dela você vai massagear
E o cheiro dela você vai sentir
Ela vai bagunçar seu cabelo
E fará você sorrir
É com a dor dela que você vai chorar
E com alegria dela ser feliz
A ela você vai elogiar
“ Que olhos, que boca, que nariz...”
A ela você vai se dedicar
E o amor dela será seu
Ao filho dela você ensinará
Tudo o que você aprendeu
Saudades dela você vai sentir
E os lábios dela você vai beijar
Nos braços dela você vai descobrir
Que encontrou realmente um lar
Por ela você fechará os olhos
Com ela você irá crescer
Partilhar suas agonias
Ver outro filho nascer
E será dela o seu amor
Amor que não pode mais ser meu
Os olhos dela você verá brilhar
E o meu brilho nos olhos morreu...

A Difícil Arte de Fazer Escolhas

Escolhas, por quê tornam-se tão complicadas?
Não poderíamos ter logo o sim e o não coexistindo pacificamente e ficarmos livres daquela pequena (ou grande) possibilidade da escolha errada?
Todo dia, a qualquer momento, lá estão elas... Um carrilhão de opções a nos descabelar.
Lá estão elas no café-da-manhã: Açúcar ou adoçante? Pãezinhos ou torradas? Nescau? Suco? Você ao menos vai tomar o desjejum?
Pense bem, isso pode lhe render mais ou menos quilos ao fim do dia.
E isso se repete no almoço, no lanche da tarde, na janta, na ceia, nos assaltos à geladeira de madrugada (Oops, me entreguei!) ...
Mas as piores escolhas a serem feitas são as que se referem às questões maiores: E se aquele cara for o amor da minha vida?
E se aquela profissão tornar-me amargurada e infeliz?
É fácil pensar assim: " Ora, arrisque, quebre a cara e tente outra vez. Dã". Ok, mas imagine sei lá, dúvidas numa vida inteira, incertezas constantes, achar que está tudo certo e só quebrar a cara lá no finalzinho do 2º tempo?...
Eu começo a minha faculdade agora, trabalho em algo da área, ganho dinheiro e acho que estou felicíssima, aí um belo dia
percebo que devia ter virado hippie ao invés de ser contadora. Putz m.
Talvez fosse melhor quando eu era criança e deixava minha mãe escolher minha roupas, minha escola, minha merenda.
Se algo desse errado ( Se alguém risse da minha bermuda no meio do peito, se a escola fosse uma droga ou se eu engasgasse com a merenda), a culpa seria da minha mãe. :-)
Eu ficaria lá, bonitinha e vítima ainda por cima. :-))
Agora as escolhas são minhas e consequentemente o sucesso e o fracasso são meus. Putz m 2.
 É, a vida é dura. Sejamos então menos moles.

P.S: Eu escolhi postar isto aqui.
Hehe, ninguém percebeu, né?!... Dã.

Procura-se Gente de Verdade

Procura-se pessoas de tamanho médio, de sorriso franco, de olhar vivo, de cérebro pensante, de nariz não-aquilino, de barriguinha saliente, de bom humor.
Pessoas sem frases prontas, sem sorrisos calculados, sem truques, sem viver de etiqueta,
sem perguntar por sobrenome, sem viver de aparência, sem tantas neuras e tanta vaidade e tanto individualismo.
     Procura-se pessoas que se aceitam como são, que mostram suas opiniões, que dizem "não" sem medo de desagradar, que não trocam conforto por moda, que arriscam, que não esperam aplausos, que não desanimam por causa das vaias, que persistem.
Pessoas com pé feio, com estrias ou celulite, com orelhas de abano e narizes tortos, pessoas que escorregam, que pagam mico, que são zoados, que estudam até passar e não só pra passar.
     Procura-se pessoas há muito tempo não vistas, desaparecidas, esquecidas, abafadas pelas pressões da
mídia e pelos rígidos padrões pré-estabelecidos.

E " as nuvens não eram de algodão"...

Bons tempos aqueles em que era criança. Não trabalhava, tudo o que eu fazia era considerado engraçadinho, eu não tinha que me responsabilizar pelas minhas ações, e eu podia sonhar livre. Esse era o melhor: Sonhar livre, leve e solto.
Podia fechar os olhos e sonhar em me casar com o Collin Farell, e ganhar uma bolada num cassino em Las Vegas,e morar em Miami, e passar minhas férias na Disney, e comer sem engordar, e ser bailarina, atriz, poetisa e desenhista no estúdio do Maurício de Sousa.
Eu podia dividir meus sonhos com minhas amigas e ver nelas o mesmo brilho nos olhos que eu tinha, e ouvir os sonhos fantásticos delas, e crer que que tudo era possível porque o céu era o limite.
Fechava os olhos e imaginava viajar o mundo inteirinho, ter uma casa de madeira com escada, e ter 5 cães e 7 gatos, e salvar a Amazônia, e mudar tudo o que existe de errado no planeta. Imaginava ter um emprego bacana, e amar sendo amada de volta, e ser chamada de linda tendo acabado de acordar, despenteada e remelenta.
Aí eu tive que acordar. Não posso mais dividir meus sonhos sem ver olhares opacos e sorrisinhos irônicos, não posso mais sonhar colorido porque me trazem a dureza preto-e-branco da vida, as verdades cruéis, a racionalidade fechada.
Não sou mais livre para fechar os olhos e vaguear por um mundo meu de fantasias.
Sorte eu ter aprendido a sonhar de olhos abertos.

Tic Tac

Tudo tem nome. Nem o nada conseguiu escapar ileso dessa nossa vontade compulsória de rotular, nomear, julgar.
Nomeamos tudo, rotulamos tudo. Não bastassem as coisas, demos o jeitinho de incluir as pessoas ( ou seria excluir as pessoas?) nessa listinha de rótulos.
Estamos tão sem tempo de conviver, de dialogar, que nós apenas simplificamos. Criamos logo um nome, um apelido, que funcione como um código de reconhecimento das pessoas. A "Maria sisuda", o "João tristonho", a "Sueli preguiçosa".
Não temos tempo para descobrir que a Maria é na verdade tão tímida que tenta se esconder detrás de uma cara fechada, uma testa franzida;
Não temos tempo para ver que o João não é realmente triste, não. Ele só estava cabisbaixo aquele determinado dia porque perdeu a namorada, seu time foi rebaixado, o novo cão estraçalhou o novo par de sapatos de couro legítimo comprado em 10 vezes no cartão; Nem temos tempo a perder com a Sueli, descobrindo que ela só ficou sentada o dia inteiro porque estava exausta após dar uma faxina na casa toda - daquelas que se tira tudo do armário e das gavetas - e, depois recebeu a visita de uns parentes distantes, incluindo dois sobrinhos de 3 e 4 anos cujas brincadeiras conhecidas resumiam-se à andar de cavalinho, brincar de índio, ou qualquer uma que acabasse com a coluna da titia.
Não podemos perder tempo com as pessoas, nem com conversas amenas, nem com olhares mais demorados. Precisamos nomear logo, rotular logo, julgar logo.
Precisamos conhecer as pessoas em menos de um dia e coletar o suficiente para poder encaixá-la numa categoria qualquer. Precisamos ser rápidos.
Essa postagem não termina nunca? Já se foram uns três minutos lendo isso. Leia mais depressa. Corra.
Precisamos de tempo livre para esbravejar com alguém, de mais tempo para ficarmos presos no trânsito, para jogarmos lixo no chão, para nos
sentirmos os seres mais vazios do mundo e dar um jeito de descontar toda nossa frustração em nosso próximo.
Precisamos ser rápidos para termos tempo de sobra para agirmos como perfeitos idiotas... E a perfeição leva tempo.

Antes do Amor Real chegar

Antes do seu verdadeiro amor chegar ame a você mesmo. É um fundamento básico.
O primeiro amor que deve existir é o amor-próprio. Ame-se muito. Curta-se mesmo. Aprecie-se sem moderação.
Olhe-se no espelho e agradeça pelo que vê, dê uma palmadinha nas suas próprias costas.
Antes do amor de verdade chegar tenha a sua própria vida ( e a mantenha). Não entendo essas pessoas que após encontrar um parceiro passsam a viver a vida deles. Os amigos deles passam a ser os amigos dela, os points que ele frequenta passam a ser os points dela, até o linguajar que ele usa passa a ser o dela.
Eu me pergunto: O quê casais assim podem dividir um com o outro?
Nada. Eles não dividem, eles subtraem: Eram duas pessoas e agora só há uma ( e ao contrário do que possa parecer, isso não é nada romântico). Não há o que dividir, não há o que compartilhar.
Tenha a sua vida. Embora eles digam que adoram as submissas, as "amélias", as dependentes, são as mulheres ativas, dinâmicas, independentes (que não perdem a feminilidade, claro) que lhes despertam os olhares de admiração.
E mais do que nunca, antes do amor real pintar na sua vida, permita-se ter amizades coloridas.
Amores de esquina, de fila de cinema, de estádio, se trabalho, de escola, de mesa de sinuca, amores miojo (aqueles de 3 minutos...).
Acredite, todos valem a pena, se forem usados como um aprendizado. Treine o amor na sua vida.
Isso não quer dizer que você deva usar as pessoas. Não, não precisa iludir, não precisa usar, não precisa prometer telefonemas que não irão acontecer.
Apenas, extraia o melhor de cada amorzinho desses, cada gotinha de algo que vai fazer a diferença quando o Amor "The Best" chegar, seu coração vai estar um pouco mais maduro. Claro, isso não vai impedir que venham as mágoas, as lágrimas - talvez até mais do que os outros "amores", por ser este o que vale verdadeiramente a pena - mas quando as primeiras barreiras vierem, o seu coração vai estar mais forte, mais pronto, e mesmo quando a dor parecer sambar de salto agulha, você estará mais apto à suportá-la.
Bom, aí sim, depois de se amar, de ter a sua vida, de ter o coração livre, deixe o amor chegar. Reze para ele chegar. Porque o dia em que ele vier, com balões coloridos e borboletas no estômago, todo o resto irá parecer nada. Toda a cor que haver em seu mundo vai parecer opaca diante dele; todos os beijos de antes, as declarações de antes, tudo vai parecer tão pouquinho diante da coisa enorme, louca, imensa que é o Amor sincero.
Ah, o amor verdadeiro, prepare-se para quando ele chegar.

Eu choro

Eu choro
Choro de alegria e de tristeza
Na cama, no sofá, na mesa
Choro até sem motivo
Choro só por chorar
Choro com desenho infantil
com a situação do Brasil
com o avião que caiu
com o tempo que partiu
Choro quando dói
quando o ódio me corrói
Quando lembro do que foi e não volta
Choro por revolta
Choro por quem morreu
Pela incompreensão do meu eu
Choro pra aguentar o tranco
Choro com o extrato do banco
Choro pela nossa ignorância
pela nossa pequenez humana
Choro escondido
Pelo coração que foi partido
Choro pela solidão que me invade
Choro quando lembro que já é tão tarde
Choro porque estou viva
Porque lembro, porque sinto, porque espero
Quando a saudade não cabe nos olhos,
quando está tudo tão bem e estou tão mal.
Chorar não é ser fraco é ser humano.
No meu quarto
no meu canto
no meu âmago
no meu silêncio
no meu vazio
Eu choro.

Palavras